Creche e Escola Jardim Oceânico

“Desculpa” é palavrinha mágica? Confira um passo a passo de como ensinar seu filho a pedir perdão

Não. A ideia aqui não é tirar o valor de um pedido de “desculpa”, mas colaborar para uma reflexão importante.

Mudar a ideia de que sozinha, essa é uma palavrinha mágica.

Que basta cobrar que a criança diga isso, de forma automática, e “plim, plim”. Está desfeito qualquer problema que tenha sido causado ao amiguinho ou a qualquer outra pessoa.

Até porque a gente acredita que a maior lição sobre pedir desculpas é ensinar a empatia real aos pequenos.

Inspirá-los a se colocar no lugar do outro e a tomar uma atitude que ajude a contornar o ocorrido, melhorando as coisas.

Já parou para pensar sobre isso?

Continue aqui conosco. Vamos falar com mais exemplos e detalhes sobre essa ideia.

Que, por sinal, é muito bem defendida por Heather Shumake, uma escritora que questiona algumas práticas de educação tradicionais.

Qual é a ideia da Heather Shumaker?

No seu livro: “It’s ok not to share… and other renegade rules for raising competent and compassionate kids” (em tradução livre: “Está tudo bem em não dividir… e outras regras renegadas para criar filhos competentes e compassivos”), ela fala que ensinar a criança a simplesmente pedir desculpa, acaba sendo uma forma de ensiná-la a fugir do problema.

Mal comparando, é como dizer que ela pode bater o carro e sair correndo.

Em outras palavras, muito mais do que um pedido de perdão, vale a atitude.

E é fácil concordar com isso. Principalmente quando a gente se coloca no lugar de quem foi prejudicado.

Por exemplo: imagina que você ainda é pequeno e no meio do recreio o seu amigo te derruba no chão, deixando o seu braço ralado.

O que você prefere?

Que ele peça “desculpa” e saia fora?

Ou que se preocupe, pergunte se está tudo bem, se você quer ajuda para levantar e se quer que ele chame um adulto?

E como se ensina isso para uma criança?

No lugar do pedido de perdão, Heather Shumake propõe um passo a passo para a criança desenvolver empatia e compaixão.

A ideia é que os adultos em volta aproveitem qualquer incidente para ajudá-la a perceber que o que ela fez teve consequências, além de mostrarem com objetividade como ela pode contornar isso.

O que fazer na prática?

Vamos supor agora que a historinha que comentamos acima tenha sido entre o seu filho e um amigo da escola.

  • Traga o seu filho e a outra criança para perto

Lembre que é possível que o seu filho não queira encrenca e prefira sair fora.

Mas chame ele com jeitinho para perto da outra criança.

  • Diga ao seu filho o que aconteceu

Faça isso de forma gentil e bastante específica. Mesmo que pareça óbvio ou repetitivo, é importante que ele ouça com clareza.

Por exemplo: “Filho, você derrubou sem querer o seu amigo.”

  • Descreva o que você viu, realçando as consequências para a criança prejudicada

Aqui também pode parecer algo óbvio, mas a ideia é ajudar a desenvolver a empatia.

Por exemplo: “Filho! Ele ainda está caído no chão. O braço dele ficou ralado. Deve estar doendo.”

  • Sugira que o seu filho tome uma atitude

Crianças pequenas não alcançam ainda o sentimento de remorso, mas são ótimas em fazer acontecer.

Sugira ao seu filho que ele se ofereça para levantar o amigo e ir com ele até o banheiro lavar o bracinho machucado, por exemplo.

Ou puxe dele uma ideia do que pode ser feito para ajudar.

  • Peça que ele dê uma garantia de mudança

Você pode induzir isso por meio de uma pergunta como: “Você promete que vai ser mais cuidadoso quando estiver correndo para não esbarrar mais nos amigos?”

Ou pedir que ele repita uma frase desse tipo. Sempre com alguma garantia de que vai fazer algo para melhorar, evitando que aquilo se repita.

  • Ser um exemplo, agindo também assim cada vez que você também prejudicar alguém, mesmo que tenha sido sem querer

E, claro, nada é forte como um exemplo. Principalmente quando você errar com seu filho, aplique essas ideias com você.

Mostre que reconhece as consequências do que fez e o que está planejando para mudar aquele comportamento.

Por que isso funciona mais do que repetir um “desculpa”?

Lembra que a gente comentou no item 4 que as crianças pequenas ainda não acessam bem o sentimento de remorso?

Olha exatamente o que Heather Shumake diz sobre isso:

“Crianças pequenas às vezes nos enganam. Eles podem imitar o pedido de desculpas e até chorar quando outra criança chora, mas a maioria das crianças ainda não consegue sentir pena.

As crianças são diferentes – você pode ter uma que amadureceu mais cedo – mas a maioria das crianças simplesmente não tem o desenvolvimento emocional e cognitivo para sentir remorso.

O remorso exige a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e entender totalmente a causa e efeito. Estas habilidades ainda estão imergindo em crianças pequenas. Esperar que crianças pequenas peçam desculpas não os ensina nada, a não ser uma lição equivocada em sequência: chute, peça desculpas, siga em frente.”

Você também concorda?

Como aqui na Creche Escola Jardim Oceânico, empatia, diálogo e abertura são palavras-chave, fizemos questão de compartilhar essas ideias contigo.

E ficaremos muito felizes em ouvir a sua opinião.

Você concorda? O que achou? Como tem feito para ensinar seu filho a pedir desculpas? Conta aqui para a gente nos comentários.

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